Muitas prefeituras estão recebendo a orientação para fechar as portas em um período, funcionando apenas em meio período para diminuir os custos da administração, além de medidas de economia de energia, telefone, água e até mesmo do cafezinho. Os cortes do Governo Dilma podem provocar uma demissão de servidores públicos na ordem de 30%, como vem ocorrendo na iniciativa privada, onde as demissões são noticiadas todos os dias
UBERLÂNDIA – Os novos cortes promovidos pelo Governo Dilma vão atingir em cheio mais uma vez os municípios, que assistem o aumento de suas responsabilidades sem o devido repasse das verbas. Muitas dessas responsabilidades do Estado e da União, acabam caindo sobre as prefeituras que atendem diretamente o cidadão que necessita do serviço.
Para o prefeito de Ituiutaba, Luiz Pedro Corrêa do Carmo, os problemas governamentais de Brasília estão atingindo em cheio as prefeituras, principalmente nas cidades menores, onde vai acabar sendo inevitável o corte de pelo menos 20% dos seus gastos. “Só não sabemos de onde vamos tirar essa diferença, pois para o governo é fácil tomar a suas decisões em Brasília, mas os problemas estão aqui nas nossas cidades, e demitir pais de família é triste e desumano, mas os prefeitos vão ter que tomar uma decisão e o caos que vive a saúde, sem recursos da União e do Estado, vai atingir também outros setores”, comentou.
Segundo a prefeita de Capinópolis, Dinair Isaac, a reunião tomou ares de desabafo por parte dos prefeitos, onde cada município a situação parece ser pior. “O governo federal anuncia os cortes, mas esses acontecem aqui na base, que são os municípios e infelizmente a população não toma conhecimento da nossa realidade, e muitos pensam que é falta de vontade dos prefeitos”, disse a prefeita.
“Ipiaçu vive uma situação ainda pior, pois assumi a prefeitura com um orçamento feito pela gestão anterior e cheio de falhas, promovendo um verdadeiro caos administrativo, que vem prejudicando a nossa comunidade e pode provocar até mesmo atraso em salários de servidores”, avalia o prefeito de Ipiaçu, Léo da Rádio.
Para Diógenes Roberto, prefeito de Canápolis, a maior preocupação dos prefeitos são os cortes que estão acontecendo na área da saúde, pois até mesmo o atendimento em Uberlândia, porta de entrada dos pequenos municípios em termos de média e alta complexidade, atinge em cheio as famílias de Canápolis. “Não estamos encontrando saída, a quem pedir socorro, pois o próprio governo federal é quem está tirando dos municípios”, disse.
A reunião da AMVAP, presidida pelo prefeito de Centralina, Elson Martins tratou de vários temas ligados à atuação dos Consórcios, umas das alternativas encontradas para driblar os problemas financeiros, como a situação do Serviço de Inspeção Municipal, além do CISTRI e CIDES, cuja atuação tem sido importante na região.