Com queda nos repasses do Governo Federal e na própria arrecadação, as Prefeituras em todo o Brasil iniciaram em outubro um ritual preocupante, que já vinha sendo visto nas empresas privadas.
Prefeituras de cidades pequenas, médias e grandes enfrentam o mesmo problema, onde somente uma prefeitura na Bahia anunciou a demissão de 1.200 servidores públicos municipais na última semana, com a justificativa de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e reduzir custos para providenciar a realização de concurso público.
Podemos observar na própria região do Triângulo Mineiro a situação em algumas prefeituras, onde além da demissão, já ocorre o atraso de pagamento no salário dos servidores.
A própria AMM – Associação Mineira de Municípios tem emitido alertas desde agosto, onde avalia que em todas as prefeituras mineiras, os prefeitos terão que fazer cortes, dentre eles, a própria demissão de servidores com contratos temporários e alguns cargos comissionados.
No pontal há um problema mais grave enfrentado pelos municípios de Canápolis e Capinópolis, que além da crise financeira, tem agora a prefeitura como maior empregadora, pois recentemente assistiram ao fechamento das Usinas Vale do Paranaíba (Capinópolis) e Triálcool (Canápolis), ambas do Grupo João Lyra, fechadas, e na última semana a empresa Down Agrosciences anunciou o fechamento de sua unidade em Capinópolis, sendo demitidos cerca de 200 trabalhadores, um duro golpe para o município.
Enquanto algumas empresas negociam até diminuição de salário para que não haja demissões, outros setores organizam suas greves, de direito, contudo, na contramão do momento vivido no país.
Essa situação tem tirado o sono de administradores das empresas privadas, bem como dos prefeitos e prefeitas, que se veem na necessidade de cumprir a Lei e diminuir o índice da folha de pagamento, e com isso, há uma previsão temerosa de que, seja onde for, uma demissão de mais de 15% de servidores públicos municipais possa acontecer nos próximos meses.
Para alguns economistas esse não é um cenário passageiro e até meados de abril a situação deverá ficar ainda pior, e principalmente do lado dos órgãos públicos que dependem de recursos federais, pois o déficit já anunciado pelo Governo Federal que pode ultrapassar os R$ 50 bilhões, vai afetar principalmente as Prefeituras com a diminuição dos repasses do FPM e o corte das verbas já conveniadas para obras.