Aconteceu no último dia 7 de maio na sede da Fazenda do Sr. José Dias Oliveira, Região da Soledade, a tradicional “Pamonhada do Zé Dias”.
Segundo a assessora em Gestão Cultural Roberta Santana Braga, representante da Casa de Cultura, foi convidada por uma das organizadoras da festa, Rosemar Gervásio para estar presente na festa e registrar sua história, visto que em 2016 a pamonhada completou 10 anos de realização.
A iniciativa de realizar a pamonhada foi da matriarca da família, Geralda de Oliveira Dias, que fazia questão de trazer seus filhos sempre reunidos e tudo era motivo para celebrar, com isso foram surgindo as primeiras pamonhadas. Segundo Zé Dias, a primeira reunião aconteceu no ano de 2006, onde no início eram colhidos cerca de 10 sacos de milho e com o tempo, mais pessoas foram participando dentre amigos e familiares de Canápolis e várias cidades da região, e a pequena reunião familiar foi crescendo e se tornando uma grande festa.
Em 2016 foram colhidos 120 sacos de milho e a pamonhada reuniu cerca de 300 pessoas que se dividiram durante todo o processo do modo de fazer a pamonha, desde a “panha” do milho, passando pelo descasque, corte das espigas, moeção, peneiração, tempero e cozimento.
São homens, mulheres e crianças que se unem com um só objetivo: fazer daquele dia um dia de lazer, união, contação de histórias e reencontros.
“O Sr. Zé Dias é muito receptivo, e oferece também um delicioso almoço aos presentes seguido de doces caseiros preparados pela família e amigos da comunidade da Soledade”, disse a assessora.
Para participar da pamonhada não é cobrado nada, todos são bem-vindos e sentem-se bem em um ambiente agradável e hospitaleiro.
Durante a pamonhada é produzida a pamonha, que é um quitute feito de milho verde, comum em todo o território brasileiro, muito presente também em Minas Gerais. O milho verde é ralado e à massa resultante são misturados leite e sal ou açúcar. Esta massa é colocada em “recipientes” feitos com a própria casca do milho que também serve como tampa.As pamonhas são submetidas a cozimento e sua massa alcança uma consistência firme e macia. O nome “pamonha” vem da palavra tupi pa’muña, que significa “pegajoso”.
Como forma de registrar a história dessa tradição cultural e seu modo de fazer, valorizando o Patrimônio Cultural do município, a Prefeitura Municipal de Canápolis através da equipe da Casa de Cultura irá realizar em 2016 o inventário cultural da Pamonhada do Zé Dias, onde segundo Roberta é muito importante registrar essas tradições culturais, visto que hoje em dia quase não se vê mais as “pamonhadas” e se não for registrado com o tempo isso vai se perdendo e vamos perdendo também nossa identidade e nossa memória.